17.7 C
Cachoeira do Sul
22 de dezembro de 2024
Diocese de Cachoeira do Sul
3
  • 1DEPOIS disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.
  • 2E Jó, falando, disse:
  • 3Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!
  • 4Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.
  • 5Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; a escuridão do dia o espante!
  • 6Quanto àquela noite, dela se apodere a escuridão; e não se regozije ela entre os dias do ano; e não entre no número dos meses!
  • 7Ah! que solitária seja aquela noite, e nela não entre voz de júbilo!
  • 8Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para suscitar o seu pranto.
  • 9Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e não veja as pálpebras da alva;
  • 10Porque não fechou as portas do ventre; nem escondeu dos meus olhos a canseira.
  • 11Por que não morri eu desde a madre? E em saindo do ventre, não expirei?
  • 12Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos, para que mamasse?
  • 13Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e então haveria repouso para mim.
  • 14Com os reis e conselheiros da terra, que para si edificam casas nos lugares assolados,
  • 15Ou com os príncipes que possuem ouro, que enchem as suas casas de prata,
  • 16Ou como aborto oculto, não existiria; como as crianças que não viram a luz.
  • 17Ali os maus cessam de perturbar; e ali repousam os cansados.
  • 18Ali os presos juntamente repousam, e não ouvem a voz do exator.
  • 19Ali está o pequeno e o grande, e o servo livre de seu senhor.
  • 20Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo?
  • 21Que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos;
  • 22Que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura?
  • 23Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu?
  • 24Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água.
  • 25Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu.
  • 26Nunca estive tranqüilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.